Objetos Litúrgicos

Os objetos litúrgicos, também chamados de "alfaias", são aqueles que servem ao culto divino e ao uso sagrado, razão pela qual não podem ser manuseados de modo displicente, muito menos de forma desrespeitosa. Os objetos usados no culto divino devem ser feitos de materiais nobres, ornados de tal forma que invoquem a riqueza dos mistérios que eles servem.

A encíclica Sacrosanctum Concilium assim descreve a importância da dignidade dos objetos utilizados na liturgia: "A Igreja preocupou-se com muita solicitude em que as alfaias sagradas contribuíssem para a dignidade e beleza do culto". Dessa forma, não cumpre o papel a que se propõe, objetos que não exaltem essa dignidade, tais como cálices de vidro comum ou patenas improvisadas, feitas de materiais desprovidos de valor.

todos os objetos tem funções digna na celebração:

1. Favorecer o aumento da piedade eucarística, para que os fiéis creiam na Missa como renovação e atualização do sacrifício da Cruz, pela qual se tornam presentes, de modo real e substancial, o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ainda que sob a aparência de pão e de vinho; fomentar a frutuosa, “plena, consciente e ativa participação” (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium,14) de todos os batizados na Santa Missa, na Exposição do Santíssimo, na celebração dos sacramentos, no Ofício Divino, e nas demais cerimônias litúrgicas.

2. Promover a correta celebração da Santa Missa e dos demais ritos, por:
a) uma estrita observância das rubricas dispostas nos livros litúrgicos;
b) por um mais generoso aproveitamento dos recursos previstos para a solenização do culto;
c) pela consciência, por parte dos clérigos e dos fiéis, do rico significado de cada cerimônia, fortalecendo o devido, profundo e sacro respeito para com toda a nossa tradição litúrgica.
 Vamos conhecer os objetos mais importantes:
Âmbula - também chamada de cibório ou píxide; é utilizada para a conservação e distribuição das hóstias consagradas aos fiéis.

Cálice - recipiente onde se consagra o vinho durante a missa.

Patena - pequeno prato, geralmente de metal, utilizado na consagração do pão. Também é usada na distribuição da comunhão, para prevenir a possibilidade de queda das partículas consagradas ou partes delas.
Teca - pequeno estojo, geralmente de metal, onde se leva a Eucaristia para os doentes.

Hóstia - pão não fermentado (ázimo) circular. Ao pão maior chamamos hóstia, consagrada e consumida pelo sacerdote durante a missa. Aos menores, consagrados e distribuídos aos fiéis, chamamos partículas. Essas, uma vez guardadas no sacrário para adoração dos fiéis, e que são consumidas na missa seguinte, chamamos reserva eucarística.

Turíbulo - é o objeto utilizado na incensação. Nele é colocado o incenso, uma resina aromática, sobre a brasa. O incenso, que simboliza a oração elevada a Deus, é depositado no turíbulo, pelo sacerdote, e guardado na naveta, um pequeno vaso utilizado para o seu transporte.

Crucifixo - além da cruz processional, que abre a procissão de entrada, há um crucifixo menor, que fica sobre o altar, durante a a missa.
Galhetas - dois recipientes para a colocação da água e do vinho, para a celebração da missa.

Corporal - tecido em forma quadrangular sobre o qual se coloca o cálice com o vinho e a patena com o pão.

Pala - cartão quadrado, revestido de pano, utilizado para cobrir a patena e o cálice.

Sangüíneo - ou purificatório. É um tecido retangular com o qual o sacerdote, depois da comunhão, limpa o cálice e, se for preciso, a boca e os dedos.

Manustérgio - toalha com que o sacerdote enxuga as mãos no rito do lavabo.

Caldeirinha e aspersório - a caldeirinha é o recipiente utilizado para colocar água benta para a aspersão. O aspersório é um pequeno bastão metálico com o qual a água benta é aspergida.

Ostensório - é o objeto que serve para expor o Santíssimo para a adoração dos fiéis e também para dar a bênção eucarística. Nele há a parte central fixa, chamada de custódia, que contém uma parte móvel, transparente, circular, a luneta, onde se coloca a hóstia consagrada para adoração.
Círio Pascal - uma vela grande, benzida na missa solene da Vigília Pascal, no Sábado Santo. É utilizado nas missas celebradas durante o Tempo Pascal e também, no ano inteiro, nos batizados. Representa, na liturgia, a luz de Cristo.
ANDOR: Suporte de madeira, enfeitado com flores. Utilizados para levar os santos nas procissões.
BACIA: Usada como jarro para as purificações litúrgicas.
CASTIÇAIS: Suportes para as velas.
CADEIRA DO CELEBRANTE: Cadeira no centro do presbitério que manifesta a função de presidir o culto.
CONOPEU: Cortina colocada na frente do sacrário.
CRUZ PROCESSIONAL: Cruz com um cabo maior utilizada nas procissões.
CRUZ PEITORAL: Crucifixo dos bispos.
ESCULTURAS: Exitem nas Igrejas desde os primeiros séculos. Sua única finalidade litúrgica é ajudar a mergulhar nos mistérios da vida de Cristo. O mesmo se pode dizer com relação às pinturas.
GENUFLEXÓRIO: Faz parte dos bancos da Igreja. Sua única finalidade é ajudar o povo na hora de ajoelhar-se.
HÓSTIA: Pão Eucarístico. A palavra significa "vítima que será" sacrificada.
HÓSTIA GRANDE: É utilizada pelo celebrante. É maior apenas por uma questão de prática. Para que todos possam vê-la na hora da elevação, após a consagração.
JARRO: Usado durante a purificação.
LAMPARINA: É a lâmpada do Santíssimo.
LUNETA: Objeto em forma de meia-lua utilizado para fixar a hóstia grande dentro do ostensório.
MATRACA: Instrumento do madeira que produz um barulho surdo. Substitui os sinos durante a semana santa.
PISCINA: antigo nome da pia da sacristia.
PÍXIDE: O mesmo que ÂMBULA.
PRATINHO: Recipiente que sustenta as galhetas.
PURIFICATÓRIO: O mesmo que sanguinho.
RELICÁRIO: Onde são guardados as relíquias dos santos.
SACRÁRIO: Caixa onde é guardada a Eucaristia após a celebração. Também é conhecida como TABERNÁCULO.
SANTA RESERVA: Eucaristia guardada no SACRÁRIO.
TABERNÁCULO: O mesmo que SACRÁRIO.
VÉU DO CÁLICE: Pano utilizado para cobrir o cálice.
VÉU DO CIBÓRIO: Capinha de seda branca que cobre a âmbula. É sinal de respeito para com a Eucaristia.


"Com especial zelo a Igreja cuidou que as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao decoro do culto, admitindo aquelas mudanças ou na matéria, ou na forma, ou na ornamentação que o progresso da técnica da arte trouxe no decorrer dos tempos" (SC 122c). Portanto, templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestes e paramentos, e todos os objetos devem manifestar a dignidade do culto, que, como expressão viva de fé, identifica-se com a natureza de Deus, a quem o povo, congregado pelo Filho e na luz do Espírito Santo, adora "em espírito e verdade". 

3 comentários:

  1. Minha dúvida, a água e o vinho que sobra das galhetas, o que fazer? A água e o vinho são abençoadas no momento em que o coroinha leva ao altar? já pesquisei e não encontro resposta.

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    1. Olá, nas galhetas o vinho deve ser colocado o tanto certo, para não sobrar...A água pode ser colocada em quantidade maior para purificação...No caso de sobrar vinho, o mesmo pode ser bebido (Claro que não por menores...), E caso sobre água, pode ser jogada em alguma planta, ou beber também...No momento que leva a água e o vinho ao altar, não são abençoados (consagrados)...espero ter ajudado...

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    2. Bom... Na paróquia onde eu sirvo somos orientados a: se no caso sobrar vinho, damos para o ministro da sagrada comunhão beber.

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